Assinala-se
hoje, dia 29 de Outubro, 198 anos sobre o nascimento de D. Fernando II - O Rei
Artista.
Há
precisamente um ano, foi lançado o livro “Os Criadores da Pena”, da autoria de
Margarida de Magalhães Ramalho, tendo sido anunciada uma exposição com objetos
pessoais da Condessa d´Edla, comissariada pela autora do livro. Para quando
essa exposição?
Também
no ano passado, referi a importância de assinalar de forma correcta o bicentenário
do nascimento do Rei, dentro de apenas dois anos. Seria uma oportunidade única para
a realização de conferências, exposições e novas edições de livros que procurem
descobrir mais sobre a vida e obra de alguém que deu tanto por Portugal.
A
escadaria localizada no Sul da Praia Grande do Rodízio está interdita há bastantes
anos, consequência de derrocadas que tornaram o local intransitável. A inércia
do anterior executivo da câmara municipal para a resolução deste problema foi visível.
Topo da escadaria da Praia Grande - Janeiro 2007
Basílio
Horta está a mostrar mudança de atitude e a escadaria da Praia Grande está a
ser recuperada, tendo o caminho sido limpo e instalados novos corrimões.
Para
que esta recuperação seja um sucesso, faltará colocar um novo painel com a
explicação geológica da jazida de Dinossáurios, existente na Praia Grande mas
desaparecido há largos meses. A divulgação do local também será importante, uma
vez que a existência de pegadas de dinossáurios passa ao lado de muitos
turistas e visitantes da Praia Grande. Porque não a organização de visitas
temáticas? A presença de especialistas seria interessante e valorizaria o
local.
Trabalhos de reabilitação da escadaria - Outubro 2014
Claro
que falar de dinossáurios no concelho de Sintra traz à nossa memória a jazida
de Carenque e todo o mediatismo que a construção da A9-CREL provocou, levando
mesmo à construção de um túnel que permitiu conservar as pegadas de dinossáurios
ai existentes, hoje classificadas como “Monumento Natural”. A ação do Professor
Galopim de Carvalho terá sido determinante para a preservação do local. Passados
tantos anos e depois de várias promessas de anteriores executivos, será que
Basílio Horta vai avançar com a reabilitação do Monumento Natural de Carenque? Voltaremos
a esta questão em breve…
No
âmbito do restauro integral do Palácio da Pena, a Parques de Sintra está a
executar trabalhos de pintura e limpeza do exterior do palácio.
O
Tritão – “Pórtico Alegórico da Criação do Mundo” que hoje apresento, é um
excelente exemplo do resultado final desta intervenção.
Sujeito a condições
atmosféricas adversas durante todo o ano, o palácio recupera agora a sua beleza, com as cores originais ao tempo de D. Fernando II.
No
entanto, não é apenas no exterior que o palácio é recuperado… Novos restauros são
realizados no interior. O Palácio e o Parque da Pena serão tema das próximas
publicações do blog.
Com
a chegada de Setembro, aproximam-se também as Jornadas Europeias do Património, a ter lugar nos dias 26, 27 e 28
deste mês.
Apesar
do programa definitivo, a cargo da Direção Geral do Património Cultural, ser apenas
divulgado no próximo dia 8, já são conhecidas as atividades a ter lugar nos
parques e palácios de Sintra.
No
programa deste ano, a Parques de Sintra dá destaque a atividades para cidadãos
surdos, invisuais ou com mobilidade reduzida. Todas atividades têm entrada
gratuita mas estão sujeita a reserva prévia. Infelizmente em Sintra, estas atividades
serão apenas realizadas na Sexta-feira - dia 26, em horário laboral,
impossibilitando muitos interessados de marcar presença.
Património imaterial
como o “outro lado” do Património edificado a (re)descobrir
6ª
feira, 26 de setembro, 15h00, Palácio
Nacional da Pena
Chalet da Condessa
d’Edla: uma descoberta permanente
6ª
feira, 26 de setembro, 10h30, Chalet da
Condessa d’Edla
Evocação dos 180 Anos da
Morte de D. Pedro d’Alcântara e Bragança, Imperador do Brasil e Rei de Portugal
6ª
feira, 26 de setembro, 15h00, Palácio Nacional
de Queluz
Património em gestos –
Parque e Palácio de Monserrate com Língua Gestual Portuguesa
Atividade
destinada a cidadãos surdos
6ª
feira, 26 de setembro, 10h30, Parque de
Monserrate
Sentir o Património -
Descobrir o Parque de Monserrate através das sensações
Atividade
destinada a cidadãos cegos ou com baixa visão
6ª
feira, 26 de setembro, 11h30, Parque de
Monserrate
Jardins de Monserrate
sem barreiras
Atividade
destinada a cidadãos com mobilidade condicionada
6ª
feira, 26 de setembro, 10h30 e 14h30, Parque
de Monserrate
No final do passado mês de Julho, o programa “Espaços e
Casas” (Sic Notícias) transmitiu uma reportagem com cerca de 5 minutos dedicada
ao Chalet Biester, localizado na Rampa da Pena em Sintra. Bastante interessante para todos aqueles que têm curiosidade em conhecer o interior desta obra cenográfica da autoria de José Luís Monteiro, com a colaboração de Luigi Manini e Leandro Braga. É actualmente propriedade privada.
A
Quinta da Amizade/Vila Sasseti foi adquirida pela empresa Parques de Sintra
Monte da Lua no final do Ano de 2011 à Câmara Municipal de Sintra num montante
que acendeu a 1 160 000 €. Com esta aquisição, pretende-se criar uma nova
ligação pedonal entre o centro histórico e o Castelo dos Mouros, tendo sido
amplamente divulgado na comunicação social a abertura deste caminho a tempo do
Verão de 2012. Dois anos passados, só é possível saber novidades em relação à
Quinta da Amizade através dos Relatórios e Contas da empresa, uma vez que a
ultima noticia divulgada no site data de há dois anos atrás.
Em
2013, a empresa adquiriu uma parcela de
terreno com cerca de 7 000 m2 localizada na base do castelo que
se verificou ser indispensável para possibilitar a ligação pedonal. Os
trabalhos de limpeza da quinta terminaram em 2012 e durante 2013 manteve-se uma
manutenção semanal da quinta com os trabalhos a incidir na limpeza de caminhos
e sistema de drenagem, limpeza de lagos tanques e linhas de água bem como
remoção de infestantes e reorganização de canteiros.
Durante
o ano passado foi também efetuado o levantamento topográfico e arquitetónico do
conjunto (Vila Sasseti, Casa de Guarda e anexos – Casa dos Jardineiros e
Pombal) que apresentam grande degradação nas coberturas, vãos, caixilharias e
gradeamentos. O objetivo deste levantamento é iniciar este Verão a recuperação
de coberturas e fachadas.
Estando
um dos seus acessos localizado junto à Mata Municipal, a abertura da Quinta da
Amizade é de grande importância para todos – Sintrenses e turistas. Segundo a
empresa, espera-se que a ligação pedonal esteja agora concluída para a época alta de 2014.
Hoje,
dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o Presidente da República
vai condecorar o Professor Doutor António Ressano Garcia Lamas, atual presidente
do conselho de administração (CA) da empresa Parques de Sintra Monte da Lua.
A
distinção com a Ordem do Infante D. Henrique (Grande-Oficial) é um
reconhecimento de todo o trabalho realizado pelo Prof. António Lamas, dos quais
se destaca também a presidência do IPPC e da JAE. A presidir o CA da Parques de
Sintra desde 2006, entra agora no último ano do 3º mandato aos comandos da
empresa. A sua ação em Sintra tem permitido esquecer os anos de abandono a que
muitos locais - Património da Humanidade estavam sujeitos. Merecida distinção,
professor.
Assinala-se hoje, 28 de Maio, 14
anos sobre a inauguração da “Porta da Estefânea”. Inaugurado a 28 de Maio de 2000
pelo então Primeiro-ministro Eng.º António Guterres e pela Presidente da Câmara
Municipal de Sintra, Dra. Edite Estrela.
Neste projeto, foram utilizados
mais de 90 000 azulejos da autoria da artista plástica Gracinda Candeias. O
tema base desta obra é inspirado nas camélias de Sintra e cobre várias centenas
de metros do espaço público, nomeadamente na Av. General Mário Firmino Miguel, Rua
Acácio Barreiros e estação da Portela de Sintra.
14 anos depois, o local está
entregue a si mesmo. O abandono e o vandalismo são visíveis. Os grafitis
abundam por todos os locais, cartazes são colados sobre os azulejos ou
simplesmente existem azulejos que são arrancados e partidos, estando os vândalos
com total impunidade. Este é um apelo às entidades competentes para que se
recupere o fantástico trabalho de azulejo e se dê nova vida e mais segurança àquele
local. Vários apelos já foram feitos por e-mail para a Câmara Municipal de
Sintra, o último dos quais há cerca de uma semana. Estou confiante na boa
vontade do novo executivo e espero que seja feita a reabilitação daquele local
que apesar de tudo faz parte de Sintra – Zona tampão da Paisagem Cultural –
Património da Humanidade.
Não são só os azulejos que estão
danificados, também a iluminação pública foi vandalizada, como poderá constatar
nas fotografias que acompanham este artigo.
A propósito de vandalismo em painéis
de azulejo, partilho o artigo de Cortez Fernandes que alerta para os grafitis
nos painéis de Graça Morais, em Rio de Mouro, uma situação entretanto
resolvida. Pode ser visto AQUI.
Ainda sobre a Estefânia,
aconselho a leitura do artigo de Fernando Castelo sobre uma parte do que ainda
falta melhorar nesta zona. Pode ser visto AQUI.
Grafitis e azulejos partidos, um pouco por todo o lado.
Todos os candeeiros aqui localizados estão neste estado, inutilizáveis
Estação da Portela de Sintra –
lado a lado com os azulejos partidos, as ervas crescem sem que haja manutenção
do espaço público
Localizado em Sintra, na rua Guilherme Gomes Fernandes, junto aos Paços do Concelho, esta nova
unidade hoteleira abriu portas no passado dia 17 de Abril. No local onde
outrora existiu a ‘Pensão Adelaide’, inaugurada em 1950, funciona agora um
moderno hostel (com 14 quartos e 42 camas) e um restaurante. As obras de
reconversão do espaço iniciaram-se em finais de 2012, tendo posto termo à
degradação a que o edifício estava sujeito.
O
alojamento do tipo ‘hostel’ é muito popular na atualidade, tendo os jovens como
público-alvo. É este tipo de alojamento que a Câmara Municipal de Sintra
pretende implementar com a reabilitação do antigo ‘Hotel Netto’.
O
Moon Hill hostel oferece vistas sobre o vale do Rio do Porto e também sobre o
Palácio Nacional. Com a crescente procura de Sintra, por parte de turistas, a
hotelaria é um sector em crescimento e uma interessante solução para a
reabilitação de edifícios degradados e em ruinas, tal como as casas pombalinas
do Rio do Porto, um tema que será abordado brevemente.
A loja, restaurante e cafetaria
do Palácio da Pena, localizadas nas antigas cocheiras, foram sujeitas a
profundas obras de remodelação. Esta empreitada insere-se na Fase 3 da ‘Reabilitação
de infraestruturas do Palácio da Pena’ que tem vindo a ser desenvolvida pela
Parques de Sintra. A 3ª Fase, iniciada em Novembro, foi adjudicada à empresa
Planirest e teve um custo aproximado de 600 mil euros.
Durante esta semana, decorriam os
trabalhos de conclusão da obra. Asfachadas deste edifício foram também
pintadas, recuperando as cores originais, ao tempo de D. Fernando II. No séc. XIX,
no piso térreo deste edifício (atual loja), funcionariam as cocheiras e
cavalariças e no 1º piso (atual restaurante) estavam localizados os quartos dos
criados.
Março 2014, Antigas Cocheiras do Palácio da Pena [Antes]
Março 2014, Palácio da Pena visto desde o Alto de Santa Catarina
Abril 2014, Picadeiro do Parque da Pena – Estaleiro temporário
Abril 2014, Antigas Cocheiras do
Palácio da Pena [Depois]
Abril 2014, Loja do Palácio da Pena após remodelação [Fotografia Facebook Planirest]
*Artigo actualizado a 24 de Abril com foto do interior da loja
O
ano de 2014 iniciou-se com temporais que fizeram novamente estragos em Sintra,
trazendo à memória a grande tempestade que se abateu sobre todo ao país a 19 de
Janeiro de 2014, provocando a destruição de milhares de árvores.
Felizmente,
a intensidade das tempestades deste ano teve um impacto menor, relativamente ao
ano anterior.
No
entanto, há a lamentar a queda de uma árvore sobre a Abegoaria do Parque da
Pena. Recorde-se que a requalificação deste edifício foi inaugurada há apenas
10 meses, em Junho de 2013, num projeto que rondou o valor de 450 mil Euros.
Em
Março, decorriam obras de reparação de estragos da cobertura da Abegoaria,
estando esta encerrada ao público.
As Magnólias do Parque da Pena já começaram a florescer. São árvores fantásticas que conferem ao parque uma cor muito especial nesta altura do ano. Segundo a Monografia, as Magnólias existentes no Picadeiro da Pena foram plantadas em 1918, sob orientação do então administrador do Parque, Oliveira Carvalho, também conhecido como o ‘Carvalho da Pena’. Sigam a minha sugestão, visitem o Parque da Pena e aproveitem este cenário que a natureza oferece.
Na passada sexta-feira (7 de Março) foi emitida a nova rubrica do Jornal da Noite da SIC, intitulada “Aqui há História”.
O primeiro
episódio foi dedicado ao Chalet da Condessa D´Edla. Esta emissão conta com a
presença do Professor António Lamas, do Eng.º Daniel Silva e de Maria Antónia
Lopes, autora da recém-lançada biografia do Rei D. Fernando II.
É
conhecida a inação do Parque Natural de Sintra-Cascais sobre o património à sua
guarda. Quem não recorda o terrível estado de abandono do Parque da Pena que
levou à ruina do Chalet da Condessa D´Edla no ano de 1999?
Mais recente é a
degradação visível nas antigas instalações deste organismo, sobre a alçada do
ICNF, tutelado pelo Estado Português. As instalações situadas na Rua Gago
Coutinho (antiga vivenda do cantor Roberto Leal), devido a problemas de
estabilidade, obrigaram à mudança dos serviços para o Largo Fernando Formigal
de Morais, uns metros acima da anterior sede. O funcionamento dos serviços no
Largo Morais passou a fazer-se numa antiga casa de magistrados, propriedade do Município.
Em Novembro de 2012 foi noticiado que o auditório que se situava na Rua Gago
Coutinho tinha ruido, obrigando à deslocação dos técnicos que estavam em
funções nas instalações desse auditório para o Largo Morais.
Em
finais de 2012, era visível também a degradação das instalações na antiga casa
de magistrados. Qualquer cidadão que se deslocasse ao interior das instalações constataria que toda a área de entrada estava ocupada por sacos de plástico e
caixotes. Um espaço que se tornou exíguo para aquele organismo.
Antiga casa de magistrados/PNSC – Largo Morais (Google Maps)
Em
notícia avançada ontem pela agência LUSA, a Câmara Municipal de Sintra confirma
que os serviços do PNSC estão instalados provisoriamente no edifício do
Departamento de Urbanismo, agora renomeado de “Direção Municipal de Ambiente,
Planeamento e Gestão do Território”, na Praça D. Afonso Henriques, na Portela
de Sintra.
A
CMS indicou também que estão a decorrer conversações no sentido de transferir
os serviços do PNSC para as instalações do DOM – Departamento de obras
municipais que ficará desocupado.
Aguardam-se novidades, ficando no ar a questão: Para quando a reabilitação do imóvel da Rua Gago Coutinho?
Foi
emitido pela SIC Notícias, na sua rúbrica semanal “Espaços e Casas”, uma
reportagem relativa ao notável restauro do Salão Nobre do Palácio da Pena.
Neste vídeo são também visíveis os trabalhos de manutenção do mobiliário
desenvolvidos na Sala de Fumo (conhecida anteriormente como “Sala Indiana”).
No
início de Fevereiro, a Parques de Sintra criou um canal no youtube, passando a
disponibilizar interessantes filmes como é o caso de uma produção que durante
15 minutos passa em revista todo o trabalho desenvolvido no Salão Nobre. Nota
para o facto de uma pequena versão desse vídeo ter sido disponibilizada aquando
da inauguração do restauro aqui no blog. Vale a pena ver.
Columbano
Bordalo Pinheiro (1857-1929) foi um dos maiores pintores Portugueses do séc.
XIX/XX.
Em
1875, Columbano pinta o retrato da Condessa D´Edla, sentada e a escrever.
Apesar do quadro não estar assinado, apresenta apenas o monograma da Condessa,
juntamente com a inscrição: "Primeiro quadro do Columbano oferecido à Sr.ª
Condessa d"Edla em 1875”, tendo o artista apenas 18 anos, cerca de 6 anos
antes da sua ida para Paris em 1881, patrocinado pela Condessa.
Este
quadro terá ido a leilão no ano de 1930, ficando na posse de um particular,
sendo a sua existência desconhecida.
Um
recente leilão (PCV-2009) bem como a investigação realizada para o livro “Os
Criadores da Pena”, permitiu a identificação do paradeiro deste retrato. Assim,
a Parques de Sintra, após negociação com o proprietário, procedeu à sua
aquisição a fim de figurar no Chalet da Condessa D´Edla, no Parque da Pena.
Fonte:
Margarida de Magalhães Ramalho - Livro “Os Criadores da Pena” e entrevista à rádio Antena
2.
No passado sábado, 1 de Fevereiro, Margarida Ramalho foi
convidada do programa “A Força das Coisas”, emitido pela Antena 2.
A
participação neste programa vem na sequência do lançamento do livro “Os
Criadores da Pena”, editado pela Parques de Sintra Monte da Lua, no passado mês
de Outubro.
A entrevista, recheada de curiosidades históricas, pode ser
encontrada aproximadamente a meio da emissão, no seguinte link:
O
Salão Nobre do Palácio da Pena é o centro do Palácio Novo (acrescentado por D. Fernando
II ao antigo mosteiro Jerónimo). Teve a designação inicial de “Sala dos
Embaixadores” devido ao seu objetivo inicial, sala de acolhimento e etiqueta.
Após
a morte de D. Maria II em 1853, as obrigações de estado de D. Fernando diminuem.
A partir de 1862, este espaço é totalmente remodelado. Para tal, o Rei adquire
uma mesa de bilhar, luminárias e mobiliário, que transformaram esta sala num
espaço de convívio informal.
O
Salão Nobre está revestido a estuque trabalhado, numa união de doze rosáceas de
inspiração gótica, unidas a padrões neo-mouriscos. A estravagância da sala é
acentuada pelos vitrais alemães colocados nas janelas, pelo mobiliário estilo
neo-tudor, pelos turcos tocheiros e pelo lustre neo-gótico.
O
mobiliário e as luminárias existentes no Salão Nobre, restaurado ao longo dos
últimos 3 anos, foram adquiridos por D. Fernando II em 1867 à casa “Gaspar.
Armador e Estofador. Sucessores Barbosa & Costa. Praça do Loreto, Lisboa”.
O
mobiliário principal em madeira de andiroba e nogueira escurecida
(originalmente com estofos forrados a chagrin Bordeaux) foi encomendado de forma
a integrar-se por completo no contexto arquitetónico. Os oito grandes sofás de
espaldar alto com espelhos inserem-se em 8 Panos de parede entre vãos do salão
(quatro nos topos, quatro longitudinalmente). Os quatro turcos-tocheiros
ocupavam os outros 4 panos de parede. As restantes peças, poltronas, cadeiras,
tamboretes e mesas, organizavam-se em torno dos sofás.
Com
esta interligação formal entre arquitetura e artes decorativas fixas e móveis,
D. Fernando aproximou-se de um ideal que viria a ser realidade nas artes
decorativas da geração seguinte: o Design Total.
A
introdução de mais mobiliário pela seguinte geração que aqui habitou, a do rei
D. Carlos e da Rainha D. Amélia, aligeirou o carácter representativo desta
sala. Com a chegada da República, estas peças foram retiradas do Salão Nobre e distribuídas
pelo Palácio.
O
restauro do Salão Nobre foi inaugurado pelo secretário de estado da Cultura,
Jorge Barreto Xavier no dia 23 de janeiro. Com esta intervenção, restituiu-se a
integridade visual das peças bem como a reparação de danos e reconstituição das
partes em falta. Os estofos voltaram a ser forrados a chagrin Bordeaux. Este
restauro incluiu também a remodelação integral de estruturas técnicas e de
segurança. Para além do mobiliário, também os estuques, as luminárias
(incluindo o grande lustre), os vitrais e os pavimentos foram intervencionados,
juntamente com a escada das cabaças e sala de entrada, tornando este restauro,
um projeto integral. Mais detalhes sobre este projeto, AQUI (Press Release - Parquesde Sintra).
Toda a história aqui relatada baseou-se nos painéis que estiveram colocados durante a intervenção de restauro, no Salão Nobre.
Em
entrevista ao suplemento Economia do
Jornal Expresso, publicado no passado sábado, 25 de Janeiro, António Lamas (presidente
do conselho de administração da PSML) refere que esta intervenção teve um custo
total de 262 mil euros. A mesma fonte indica que nos últimos 7 anos, a empresa
pública investiu 26 milhões de euros na recuperação do Património. Em 2013, as
receitas atingiram os 15 milhões de euros. O número de visitantes ascendeu a 1,7
milhões (93% estrangeiros), representando um aumento de 700 mil visitantes em 2
anos.
Filme
de apresentação do restauro do Salão Nobre, produzido pela Malagueta Produção Audiovisual
para a Parques de Sintra
Reportagem
sobre o restauro do Salão Nobre, emitida pela RTP1 no dia 22 de Janeiro. Esta reportagem conta com entrevista ao Arq. António Nunes Pereira (Diretor do Palácio da Pena), a Pedro Alexandre (Empresa Portal de São Domingos – Responsável pelo restauro do mobiliário) e ao Eng. Daniel Silva (Coordenador do restauro do Palácio da Pena).
Futuros
restauros no Palácio da Pena
O
restauro do Palácio da Pena não termina aqui. Neste momento encontra-se em remodelaçã o as instalações da loja, restaurante e cafetaria, prevendo-se a sua conclusão em
Abril, juntamente com a instalação de um elevador nesse local para facilitar a acessibilidade
(incluindo-se no projeto ‘Parques de Sintra Acolhe Melhor’).
Na
reportagem da RTP, o Diretor do Palácio refere que está a ser terminado o
restauro dos estuques da sala de entrada (junto à escada das Cabaças). Foi
recentemente descoberto o mobiliário original da Sala de Fumo. Este mobiliário
que se encontra nas reservas do Palácio da Pena e no Palácio Nacional de Sintra,
será restaurado e colocado no seu local original. Antigamente chamada de ‘Sala Indiana’,
esta sala está decorada com mobiliário indiano adquirido em 1940.
Será
dada continuação do restauro do Gabinete da Rainha D. Amélia, cuja pintura
mural se encontra bastante danificada. Os aposentos do Rei D. Manuel II, que
serviram de apoio ao restauro do salão Nobre e que estão encerrados desde 2011,
também serão alvo de intervenção de restauro. Espera-se também que o mecanismo
do relógio do Palácio (Torre do Relógio) seja também recuperado durante este
ano.
No
âmbito do projeto de requalificação do Castelo dos Mouros, a Parques de Sintra
renovou a sinalética do percurso pedestre, com acesso através da ‘Rampa do
Castelo’ e com ligação ao Castelo dos Mouros e Palácio da Pena, também
conhecido como ‘caminho de Santa Maria’.
A nível histórico, importa lembrar que este percurso se desenvolve por terrenos que outrora foram propriedade do Rei D. Fernando II. Tal como indicado no seu ‘inventário orfanológico’, os terrenos entre a Quinta da Abelheira e o Castelo dos Mouros, foram adquiridos pelo monarca no dia 2 de Setembro de 1857.
Inicio do percurso pedestre junto à quinta da Abelheira e Igreja de São Miguel - infelizmente, a porta rotativa (que aqui se encontrava há bastantes anos) foi retirada.
A Álea Ferreira de Castro, local onde repousa o conhecido escritor, também teve a sua sinalética renovada, permitindo encontrar mais informações com a ajuda de um smartphone e da aplicação 'talking heritage'.
Na segunda cintura de muralhas do Castelo dos Mouros, foi colocado um portão em madeira de acácia.